Refracções: Estação

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Estação

Pessoas chegam.


Umas apressadas, outras calmas.


Esperam de pé, ou sentadas.


Pousam as suas bagagens. Apegam-se a elas.


O comboio ressoa, os carris estremecem...


Passos aceleram.


Alguns levantam-se, outros apressam-se.


Multidão sai. Multidão entra.


As portas cerram.


O comboio parte.


O rumor esvai.


O silêncio se instala...


Ouvem-se suspiros. O roçar de tecidos.


A trepidação do ferro.


Mãos retesam, pés se inquietam.


Ouve-se o próximo, cada vez mais próximo.


O abalar do destino.



Na vida, nós, procurando chegar onde desejamos chegar, por vezes irremediávelmente nos encontramos estacionados, esperando veículos para nos levar à próxima encenação do nosso destino. Ora aborrecidos pela morosidade das horas, ora nervosos pela rapidez dos segundos, ansiamos o materializar do futuro. Desejamos partir, deixar o presente feito passado, e abraçar o por vir, mas para avançar é preciso estar preparado. Senão espera-se, pelo próximo transporte a chegar.


Jeust

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