Refracções: novembro 2010

sábado, 13 de novembro de 2010

No silêncio

No silêncio
que dista
entre o fim de um tom
e o rumor do próximo,
encontro-me sentado
sobre o vazio.

Sentado despreocupado
sobre o penasco
contemplando o alto,
as correntes por vezes furiosas
e o manto escuro
em baixo ondulante.

Uma criança
divertida brincando,
brincando com as forças
do universo.

Conhecendo,
e apontando com o dedo alto
para o desconhecido.



Jeust

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coragem

De que vale a pena
viver uma hora de cobardia,
invês de um minuto de coragem?

De que vale a pena
viver um dia de cobardia,
invês de uma hora de coragem?

De que vale a pena
viver uma vida de cobardia,
invês de uma juventude de coragem?

Nada!
Viver à sombra do medo,
incapaz de ver o sol da eternidade,
temendo o devir hoje.

O mundo sem a coragem dos puros
transformar-se-á no hóspicio dos loucos.

Por isso,
mesmo na face da morte,
eu terei coragem.
Na imperfeição do meu ser
eu terei coragem.

Só a coragem
pura em amor
pode salvar o mundo.


O que é o ser humano sem a coragem de ser?

Limitado onde as imposições viciosas o mantêm?

Uma besta. Uma besta vivendo num estábulo, obedecendo cegamente ao seu dono, e ao fim do dia ao estábulo retornando.

Coragem. Uma palavra cada vez menos ouvida, sussurrada para não desrespeitar o patrono da festa.

Jeust