Refracções: dezembro 2007

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sensação

Sensação


No silêncio das palavras,
após o ponto
e antes da ideia sucedânea,
entre o franzir da testa
e o arrastar da lingua,
jaz a sensação.

O terror,
o temor,
o fulgor,
o amor,
o desejo...

O sentimento expresso
em batimentos
sinceros e irregulares...
ritmos da alma
e do corpo.

A dança de intimidade,
expressa na multitude
de gestos e emoções,
únicos e transmíssiveis
entre dois corações.

O vazio
abundamente assustador
da escuridão,
da ausência,
da verdade.

A imagem incerta
detrás do espelho,
real e autêntica,
além do artifício
e do engano.

O idioma
ignorado e esquecido,
por ninguém considerado,
mas de todos conhecido,
em contorno vivo.

Assim é a sensação,
a raiz da emoção,
rica e universal,
para lá da equação
ou da breve entoação.


27-12-2007


Eis a linguagem universal do coração, do corpo, da alma...

Não uma sequência estilizada de sons, nem de gestos, mas antes a emoção que perspassa cada instante e nos arrebata.

O verdadeiro espelho da alma...

A sensação.

Jeust

Beijinhos e abraços...


sábado, 22 de dezembro de 2007

Natal

Natal


Neste Natal,
de plástico fresco
e de luzes trémulas,
o meu único desejo,
contado aos céus,
sussurrado aos anjos,
és tu...

Não peço fortuna
nem utopia,
apenas o calor
da alma errante
e tão certa
que eu amo.

Simples...
em belezas múltiplas,
criadas e recriadas,
de tristeza e alegria
em viva cor
sincera e doce.

Senti-la...
somente pressentir,
entre o presépio poeirento
e os arranjos cintilantes,
o seu toque
arrastanto o meu coração.

Ai que prazer!

Posso mendigar...
só mais uma vontade?

Prometo um desejo sincero,
sem ódio
nem receio,
sem inveja
nem tormento...

Enxuga-lhe as lágrimas,
que teimam em cair
do alto do seu rosto níveo,
uma após a outra
sem parar.

Aquece-lhe o coração,
restitui-lhe a esperança,
a chama quente
que não morreu
mas definha
triste e desesperada.

Lava-lhe a alma,
o negrume
da vida e da sorte,
que pesa
tão pesado
ao passo.

Não quero o soldo
nem o artifício,
a prisão
ou a liberdade,
apenas a alegria,
a felicidade
de te ver sorrir.

Desejo-o...
das profundezas da alma
e do coração tamborilante.
Que parem
se tudo acontecer!

22 - 12 - 2007

Este é o meu desejo pessoal. Aquele que faz o meu espírito vibrar...

Se ele se tornar real, sou um homem feliz, debaixo da arvóre de Natal.

Sem papel, nem embalagem, mas de coração reconfortado.

Sorrindo... sorrindo para o mundo.

Porque a felicidade faz-se de coisas pequenas, invísiveis e indivisíveis.

Pequenas coisas, grandes coisas, coisas que não se medem, mas se sentem.

De sentimentos, mais do que brinquedos... recriados nas nossas mãos, desfeitos nas nossas mãos.

O corpo é perene, mas a alma é eterna.


Um feliz Natal para todos... cheio de prendinhas, amor e muita tranquilidade. E boas conversas, alegres e divertidas... Isso sempre!


Jeust

Beijinhos e abraços...