Quando o cristal
do mais fino
e natural recorte
que trazemos
em nós,
nas nossas mãos,
se parte...
o que fazer?
Juntar os pedacinhos
que se vêem
e se podem tocar,
entre nossos dedos...
e tentar-lhes devolver
o pouco brilho
que lhes resta?
Deixá-los no chão,
como quadro perfeito,
dramático e real,
de um sonho que se fez
e em um instante brutal
se desfez?
Ou...
de entre todas as contas
brilhantes e estáticas
adornando o chão,
escolher as menos ameaçadoras,
as que impondo o risco
não arriscam as nossas mãos?
Mais uma pequena destruição
num mundo violento e animal,
efémero,
quente e frio,
doce e amargo.
Num mundo comandado pela vontade (ilusória), impõe-se escolhas...
Escolhas, algumas, capazes de estilhaçar a nossa alma, e nos deixar quebrados.
Quebrados em pedaços que só o tempo pode colar, sem nunca esconder as suas falhas.
1 comentário:
Dolorosa e trsitemente belo...
Enviar um comentário