Refracções

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Introdução à Meditação

Recentemente, eu peguei nos meus apontamentos relativos à meditação, e compilei-os num documento, que deixo aqui disponibilizado para quem os quiser ler, aprender e criticar.


A meditação é na sua base, a capacidade de parar o pensamento, e viver a sua ausência. Em tempos em que as notícias nos assaltam a consciência, e nos carregam os nervos, esta capacidade revela-se de grande importância.


Assim, se os quiseres consultar, tu podes fazer o download do texto em


http://www.mediafire.com/file/q1t17jm17ml8165/meditar.pdf


Obrigado pela tua atenção! Se houver alguma sugestão que queiras fazer, podes deixá-lo em baixo na secção de comentários.


Jeust

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Estação

Pessoas chegam.


Umas apressadas, outras calmas.


Esperam de pé, ou sentadas.


Pousam as suas bagagens. Apegam-se a elas.


O comboio ressoa, os carris estremecem...


Passos aceleram.


Alguns levantam-se, outros apressam-se.


Multidão sai. Multidão entra.


As portas cerram.


O comboio parte.


O rumor esvai.


O silêncio se instala...


Ouvem-se suspiros. O roçar de tecidos.


A trepidação do ferro.


Mãos retesam, pés se inquietam.


Ouve-se o próximo, cada vez mais próximo.


O abalar do destino.



Na vida, nós, procurando chegar onde desejamos chegar, por vezes irremediávelmente nos encontramos estacionados, esperando veículos para nos levar à próxima encenação do nosso destino. Ora aborrecidos pela morosidade das horas, ora nervosos pela rapidez dos segundos, ansiamos o materializar do futuro. Desejamos partir, deixar o presente feito passado, e abraçar o por vir, mas para avançar é preciso estar preparado. Senão espera-se, pelo próximo transporte a chegar.


Jeust

segunda-feira, 7 de março de 2011

Violência

Ofuscada pela árvore, a erva não conspira na sua sombra. Aceita a sua condição térrea, sabendo que um dia voará alto no céu.



Jeust

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Saudade

Eu sinto a tua falta.

Não de ti,

mas da menina que conheci.


A menina que me amou.

Não a mim,

mas ao rapaz que a abraçou.


Triste o exílio decretado pelo Tempo. Mesmo apesar de, entre as pedras irregulares da sua alta muralha, as sombras continuarem a dançar banhadas pelo Sol.



Jeust

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Agora

Gostavas de fugir não gostavas?

Mas não há sitio para onde escapar...

Nem local para te esconderes.

A única coisa que te resta é o inevitável Agora.


Há momentos em que tudo o que procuramos é fugir.

De nós. Dos outros. Do mundo.

Mas por mais que fujamos, e por mais longe que estejamos, não conseguimos fugir do que levamos conosco. Do que nos inunda os nossos próprios tecidos e queremos esquecer.

Há momentos em que tudo o que nos resta, é enfrentar o que nos assusta.




Jeust

sábado, 13 de novembro de 2010

No silêncio

No silêncio
que dista
entre o fim de um tom
e o rumor do próximo,
encontro-me sentado
sobre o vazio.

Sentado despreocupado
sobre o penasco
contemplando o alto,
as correntes por vezes furiosas
e o manto escuro
em baixo ondulante.

Uma criança
divertida brincando,
brincando com as forças
do universo.

Conhecendo,
e apontando com o dedo alto
para o desconhecido.



Jeust

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coragem

De que vale a pena
viver uma hora de cobardia,
invês de um minuto de coragem?

De que vale a pena
viver um dia de cobardia,
invês de uma hora de coragem?

De que vale a pena
viver uma vida de cobardia,
invês de uma juventude de coragem?

Nada!
Viver à sombra do medo,
incapaz de ver o sol da eternidade,
temendo o devir hoje.

O mundo sem a coragem dos puros
transformar-se-á no hóspicio dos loucos.

Por isso,
mesmo na face da morte,
eu terei coragem.
Na imperfeição do meu ser
eu terei coragem.

Só a coragem
pura em amor
pode salvar o mundo.


O que é o ser humano sem a coragem de ser?

Limitado onde as imposições viciosas o mantêm?

Uma besta. Uma besta vivendo num estábulo, obedecendo cegamente ao seu dono, e ao fim do dia ao estábulo retornando.

Coragem. Uma palavra cada vez menos ouvida, sussurrada para não desrespeitar o patrono da festa.

Jeust